quinta-feira, 27 de outubro de 2011

HISTÓRIA DOS POVOS INDÍGENAS DO TOCANTINS.

No Tocantins, a modernidade convive em total harmonia com as tradições. Ao mesmo tempo em que a capital do estado, Palmas, é a ultima cidade brasileira planejada do século 20, recebendo como moradores pessoas de todo o país, existe no Tocantins uma população aproximada de 10 mil indígenas. Todos com cultura e tradições muito bem preservadas.
São indígenas de sete etnias: Karajá, Xambioá, Javaé (que formam o povo Iny) e os Xerente, Krahô Canela, Apinajè e Pankararú. Eles se distribuem em mais de 82 aldeias, em municípios de todas as regiões do Estado.
Dependendo das peculiaridades e habilidades de cada etnia, os indígenas do Tocantins chamam a atenção pela beleza do artesanato que fazem, pelas pinturas e adornos que enfeitam seus corpos nas festas e rituais ou pela própria simbologia destes eventos seculares.
Povo Iny - Karajá, Xambioá e Javaé
Após longos períodos de migração devido as invasões de seu território e aos confrontos com outras etnias, o povo Iny (Karajá, Karajá/Xambioá e Javaé) se firmou na Ilha do Bananal (os Karajá e Javaé, em aldeias distintas) e no município de Xambioá (os Karajá/Xambioá).
Os indígenas que formam o Povo Iny falam a mesma língua, possuem os mesmos costumes e se identificam uns com os outros como parentes. Embora geograficamente separados, pertencem aos mesmos antepassados.
A característica desse povo é pertencer ao tronco lingüístico Macro-Jê, família e língua Karajá, e por ter a coleta, a pesca e a agricultura como atividades.
O povo Iny organiza-se em famílias extensas que incluem, além da família nuclear, genros e netos. São essencialmente pescadores e sempre viveram do que o rio lhes oferece. Embora hoje tenham suas casas permanentes em cima das barrancas do rio, durante o período da estiagem, passam a maior parte do tempo nas praias, pescando e coletando. Quando chegam as chuvas, dedicam-se às atividades agrícolas. Cada família tem o seu roçado e cultiva mandioca, banana, cana-de-açúcar, milho, batata-doce, cará e arroz.
O iny é excelente artesão da arte plumária (confecção de haretôs, colares, brincos, braçadeiras e tornozeleiras), cerâmica (potes, pratos, tigelas e bonecas ornamentais - ritxokò ) e de cestaria, que serve para transporte e armazanamento de mantimentos.

Xerente
Vivem na margem direita do rio Tocantins, próximos à cidade de Tocantínia, nas reservas indígenas Xerente e Funil (que somam 183.542 hectares de área demarcada). Os Xerente também pertencem ao grupo lingüístico Macro-Jê.
Os Xerente contam atualmente com uma população de quase 1.800 pessoas distribuídas em 33 aldeias.
Os 250 anos de contato dos Xerente com não-indígenas não afetaram sua identidade étnica. As rápidas e intensas transformações sociais, políticas e econômicas que atingem a região na qual residem têm proporcionado a esse povo, não sem dificuldades, uma participação ativa nos processos decisórios que os envolvem.
Hábeis no artesanato em trançado, com a palha de babaçu e a seda do buriti eles produzem cestas, balaios, bolsas, esteiras e enfeites para o corpo.
Festas: Festa de dar nomes – Wakê; Homenagem aos mortos – Kuprê; Padi – tamanduá bandeira; Corrida de toras de buriti; Feira de Sementes do Cerrado.

Krahô

Vivem em aldeias de estrutura circular, com habitações em torno de uma área vazia. Neste pátio central (ou Ka), que representa o coração da aldeia, eles se reúnem para dividir o trabalho e tomar as decisões da comunidade.
Suas aldeias se localizam próximas aos municípios de Itacajá e Goiatins, no nordeste do Estado, em reserva de 302.533 hectares e uma população aproximada de 830 habitantes. Também pertencem ao tronco Macro-Jê.
A divisão de trabalho na aldeia é feita pela separação de sexo e idade. Os homens cuidam da agricultura e das atividades guerreiras, caçam e pescam. Os caçadores, para serem bem-sucedidos, além de observar os locais e ocasiões propícias para a caçada, devem conhecer bem os hábitos dos animais para melhor procurá-los ou esperá-los. Também são utilizados recursos místicos. As mulheres fazem a coleta, plantam e cuidam da casa. As crianças imitam os adultos do mesmo sexo e os velhos são representantes da tradição, conselheiros e sábios.
Os Krahô possuem como símbolo sagrado uma machadinha de pedra, que chamam de Khoyré e acreditam ser responsável por manter a harmonia e o respeito dentro da comunidade. Mantêm a tradição da corrida de toras de buriti. No artesanato, são hábeis em fazer trançados e artefatos de sementes nativas.
Festas: Festa da Batata (Panti - celebra a colheita e é realizada durante o verão); Festa do Milho (pônhê – também celebra a colheita); Festa wythô; Empenação das Crianças, Feira da Semente e Corrida de Toras (com participação de homens e mulheres que correm com toras de buriti especialmente preparadas para cada tipo de festa).

Krahô-Canela

Este povo assim se auto-identifica como Krahô–Canela por ser descendente de duas etnias distintas: Krahô e Canela, do povo Timbira (tronco Macro-Jê), originárias do Maranhão. Atualmente os Krahô-Canela estão em processo ocupação das terras de mata alagada, no município de Lagoa da Confusão, ao mesmo tempo em que se dedicam ao resgate de sua cultura

Apinajé
Vivem na região Norte do Estado, em área de reserva que abrange parte dos municípios de Tocantinópolis, Maurilândia, Cachoeirinha e Lagoa de São Bento, somando 141.904 hectares em sete aldeias. Também pertencem ao tronco lingüístico Macro-Jê.
Os Apinajé sobrevivem da agricultura de subsistência, da caça e da coleta de babaçu - do qual extraem o óleo das amêndoas e aproveitam a palha para fabricar utensílios domésticos e fazer a coberturas de suas casas. As cascas do babaçu são utilizadas como lenha para cozinhar.
Tradicionalmente, plantam milho, mandioca, amendoim, feijão, batata-doce e inhame e coletam andu, pequi, buriti, bacaba, bacuri, babaçu, açaí, murici, tucum e palmito, que complementam a alimentação.
Também produzem artesanato de sementes nativas do cerrado e das peças feitas em palha de babaçu, que comercializam nas cidades vizinhas.
Os primeiros registros do povo Apinajé, na região onde vive hoje, vêm do ano de 1774. Em 1780, foi criado o primeiro posto militar em Alcobaça para tentar conter os Apinajés, que eram conhecidos como grandes guerreiros, os poderosos índios da região Norte. O avanço da colonização sobre as terras dos Apinayés teve início em 1797, com a tentativa do governo de incentivar o povoamento da região.
Festas: Ritual de homenagem aos morto – Párkape e Ritual para retorno do espírito do doente ao corpo – Mêkaprî
Pankararu
Localizados no município de Gurupi, terceira maior cidade do Tocantins, os Pankararu são originários do sertão de Pernambuco, aldeia Brejo dos Padres. Há mais de 30 anos migraram para o antigo norte goiano, expulsos pela ação dos posseiros.
Reconhecidos recentemente pela Funai, os Pankararu estão vivendo o processo de criação da sua reserva indígena e o resgate do ritual “o encantado”.

15 comentários:

  1. o ritual dos Pankararu, é o , torê, encantado e um DEUS nosso, nos rituais de dança do torê temos, corrida de umbu, menino do rancho, tubibá, quem dançam o toré e os praiá estão (vestido de roupa de croá que chega a pesar 20 kg cada) e mulheres e demais, precisamos da ajuda da imprensa e população local para que nos ajude a conseguir uma área junto ao governo Estadual e Federal , urgente para implantarmos nossa aldeia , estamos vivendo em regime urbano sem podermoe cultuarmos nossas tradições.
    indiopankararu1965@hotmail.com

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  2. Boa tarde sou Cacique Genildo Pankararu do Tocantins, o Povo pankararu tem vários rituais de danças e um dos rituais é o toré, onde dentro do toré tem o menino do rancho, tubiba, dança do cançação(urtiga), Desde da década de 60 que habitamos o norte Goiano hoje TO, precisamos da sensibilização das autoridades presentes e imprensa para que adquiramos uma área para implantamos nossa aldeia e assim podermos cultuar nossas tradiçoes e costumes e vivermos do nosso jeito sem perturbar ninguém e criarmos nossos filhos e netos , precisamos que o Governo federal e estadual ou municipal nos veja pela amor de DEUS.
    indiopankararu1965@hotmail.com

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  3. É muito dificíl aceitar que os verdadeiros primeiros habitantes desse país com dimenssões continentais, ainda precisem si humilhar para as auroridades para obter um pequeno bocado de terra para perpetuar suas culturas, crenças e viver sua verdadeira realidade.

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    1. É muito triste mesmo, saber que os verdadeiros donos das terras brasileiras não dispõe de um pedaço de terra onde pudesses plantar o seus sustento e da sua família. A terra existe, porém foi tomada dos seus donos, e a devolução é mais lenta do que os anos de história. Esperamos que um dia realmente seja feita a reforma agrária nesse e distribuir terras para quem quer plantar para o seus sustento e não para exploração econômica para o acúmulo de capital das grandes empresas.

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    2. Nos dias atuais a classe indígena tem muitos benefícios que mesmo tendo suas terras eles não trabalham mais com o plantio e a agricultura, a reforma agrária, o MST é só uma forma de desviar o dinheiro público, quem já viu um proprietário do MST, plantar alguma lavoura?
      Infelizmente essas Bolsas estão destruindo toda uma cultura.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Belo trabalho professora, parabéns!
    Eu gostaria de saber, quais delas formam o berço da civilização indígena do estado do TO. Quais ou qual é a(s) tribo(s) nata(s) do estado.

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  6. Bom texto... mas devo ressalvar que os Karajá Xambioá vivem em Santa Fé do Araguaia, à margem direita do Rio Araguaia, e não na cidade de Xambioá, como dito no texto.

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  7. EetEs fazendo um trabalho de história que fala sobre o povo indiindí muito obrigada por ajudar na minha nota 😘

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Atualmente no Tocantins exitem 10 etnias. As mais novas os Ava - Canoeiros e os Guaranis.

    Ava - Canoeiros, Karajá e Javaé – Ilha do Bananal, nos municípios de Formoso do Araguaia e Lagoa da Confusão.
    Xambioá e Guarani – No Município de Santa Fé do Araguaia .
    Pankararu - No Município de Gurupi
    Xerente – No Município de Tocantínia
    Apinayé - No Municípios de Tocantinópolis, Maurilândia, Cachoeirinha e São Bento do Tocantins.
    Krahô - No Município de Goiatins e Itacajá.
    Krahô – Kanela – No Município de Lagoa da Confusão

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  10. nao gostei muito tem muita coisa para ler kkkkkkk

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